21.3.06

Livre no Claustro

Acolhe
Os muros
Do claustro,
Acolhe.

Contra eles,
Não te batas.
A feição de um muro é dura
E a da carne, fraca.
Fica calmo,
Mas não te satisfazes.
Preso, sê livre
Por meio da cinzenta massa.

Da Serventia da Poesia

De que serve a poesia?
De que serve?
Só sei que uma coisa dentro...
Verve!
Eis que surge ela então
De modo que não sei mais
Se ela que me serve
Ou se dela sou um servidor.

Vale-Presente

Dou-te este vale hoje
Com duas condições:
Que pares de sofrer o passado
E de antecipar os dias que virão(?).

Este vale vale por antolhos.
Antolhos para ver o chão.
O chão que agora pisas
E que teus pés nunca mais pisarão.

Dou-te este vale hoje
Porque vã
É a garantia do amanhã
E o ontem faz torto
A quem carrega o seu fardo morto.

 
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