18.12.06

Sono de Curumim Grande

Pela cama que deito,
Corre uma líquido frio:
Cama minha,
Leito de rio.

Refrigerada minha alma fica,
Imersa nessas águas límpidas,
Em que moram Iaras,
Iluminadas por Boitatas.

Acorde, paspalhão!
Tá na hora, tá na hora
De ganhar o pão!

Cuca malvada passou por aqui,
Levou embora
Meu sonho guri!

Tudo passa, tudo passa:
As Iaras,
Os Boitatás,
A Cuca,
O guri
O paspalhão
E eu.

Enquanto tudo não passa
Aproveite o guri o sono;
As Iaras, os Boitatás;
A Cuca, o paspalhão;
O paspalhão, a modorra
E eu, a vida.

 
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