15.2.08

Sonhos da Noite no Claro do Dia

Tentei dormir em vão.
Levantei-me,
Então
Fui sonhar.

Fumaças no ar,
Mil projetos,
Mil sonhos vívidos,
Ávidos por serem vividos.

Amanheceu,
Acontece a realidade:
Os sonhos serão pelo dia olvidados?

9.2.08

Narciso Terrificado

Ferve
Minha verve.
Quando Escrevo,
Exponho meu nervo.

Nervuras do real
Racham minha alma
Como raios
Na noite lúgubre.

A perfídia dos,
Como eu,
Homens
Instila
Na tinta negra
O seu fétido.

Assume o ar
O peso do rinoceronte
E sua cegueira o envenena;
Translúcido e opaco,
Sufoca-me
Por não me deixar
Olhar e ver
A minha face.

Ergo-me
Ao Espelho.
O visto
Apavora,
Devora.

Como narciso,
Terrificado,
Demora-me
A Eternidade
A Visão
De Mim(?).

O horror
Dessa Dor
Purga-me,
Apartando-me do humano Ser
Sem deixar de ser Humano
E passo vidas, então,
Aprendendo a só ser
Um Humano Ser Humano.

Publicado no e-zine 16 do Bar do Escritor

1.2.08

A Relatividade na Prática

O tempo é uma dor que persiste em si
por isso também é a sua cura
O melhor remédio
a pior tortura

Dias e dias
passam arrastados por mim

Não há dor
que o tempo não cure
Mesmo a dor pelo tempo secretada
Aflição do tédio
escorrendo-me lento pela cara

De uma hora para outra
passa o tempo
e a dor do tempo passa
Foi ela
que enfim
apareceu na praça.

O tempo veloz
acelerado por aquela voz
as risadas
as brincadeiras

De súbito tudo se atira em precipício soturno:
Nane se vai
e me submerge no escarro do tempo

Quantos dias durarão as próximas horas?

 
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