22.9.12

O tempo dos odiosos amores

Quero gritar
Bradar que odeio quem eu amo
Mas há homens dormitando por todo o lado

Sonham esses homens que amam quem eles amam
E vão assim sonolentos dos ônibus aos matadouros do tempo
Pedem a eles somente duas coisas: que produzam bens e bem
e que consumam irrefreadamente
pelo tempo todo em que poderiam de fato viver

Mas eu que não dormito
vou sendo esfolado
arrastado para o matadouro do tempo pelos meus odiosos amores
com quem queria estar enlaçado por todo o tempo em que eu pudesse de fato viver
e que queria fosse todo o tempo do mundo

 
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