5.12.07

Modus vivendi

Aonde vou
depois de tudo.
Depois de ninguém mais me ouvir ou ver
por ter-me tornado um nada invisível e mudo.

Não sei para onde vou,
mas sei que agora sou.
Depois não sei mais se serei
nem, se for, se serei pior ou melhor.

Sei onde estou a agora:
sobre essa terra que me dá chão,
ao sabor desta brisa que me beija inteiro.

O que sei é que estou vivo:

durmo e acordo,
como e bebo,
defeco e urino,
tenho amigos e inimigos,
prazeres e dores.

Vivo simplesmente a grandiosidade da vida que que me foi dada.
É o meu jeito de reverenciá-la,
de tentar sair dela quase a deixando como a encontrei:
sagrada e intocada para quem virá.

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