30.9.11

Quem sou não sei eu, o que dirá você!

Não sou a imagem que me reflete no seu cérebro,
no meu ou no de quem seja

Sou pedaço eterno de vida limitada no tempo
não dou inteiro no regaço de um colo
sou poço de águas limpidamente turvas
e impossível (e perigosa) é essa vontade de tocar o fundo que não há

Mas há em mim o que se pode ver
até onde se pode ir
posso até matar a sede de alguns poucos desejos

Não queira, entretanto, me definir
o ser eu que sou é indefinível, abstrato, oco, cheio de ar

Sou eu mesmo um espelho refratário às definições
especialmente se se quer conhecer por meio de mim.

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