8.11.07

Tão-Somente Agora

Cada dia que viceja
é óbito dos dias idos
e antevisão embaçada de um devir incerto.

Não corroa assim o tempo:

carpindo o dia que se foi
ainda que antológico
ou de árduo horror.

prelibando o futuro
que, quimera,
é desejo lançado no abismo do nada.

Deixe todo o ontem na sua hora,
em algum arquivo esquecido
em um recanto da memória.

O futuro deixe ser o que será,
sem mapas, rotas, planos.
Arcano inalcançãvel,
tempo impreciso.

Viva intensamente o agora,
ele é todo glória,
resultado de todo o ontem morrido,
promessa incompleta de todo o amanhã ansiado.

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