1.2.08

A Relatividade na Prática

O tempo é uma dor que persiste em si
por isso também é a sua cura
O melhor remédio
a pior tortura

Dias e dias
passam arrastados por mim

Não há dor
que o tempo não cure
Mesmo a dor pelo tempo secretada
Aflição do tédio
escorrendo-me lento pela cara

De uma hora para outra
passa o tempo
e a dor do tempo passa
Foi ela
que enfim
apareceu na praça.

O tempo veloz
acelerado por aquela voz
as risadas
as brincadeiras

De súbito tudo se atira em precipício soturno:
Nane se vai
e me submerge no escarro do tempo

Quantos dias durarão as próximas horas?

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