9.2.08

Narciso Terrificado

Ferve
Minha verve.
Quando Escrevo,
Exponho meu nervo.

Nervuras do real
Racham minha alma
Como raios
Na noite lúgubre.

A perfídia dos,
Como eu,
Homens
Instila
Na tinta negra
O seu fétido.

Assume o ar
O peso do rinoceronte
E sua cegueira o envenena;
Translúcido e opaco,
Sufoca-me
Por não me deixar
Olhar e ver
A minha face.

Ergo-me
Ao Espelho.
O visto
Apavora,
Devora.

Como narciso,
Terrificado,
Demora-me
A Eternidade
A Visão
De Mim(?).

O horror
Dessa Dor
Purga-me,
Apartando-me do humano Ser
Sem deixar de ser Humano
E passo vidas, então,
Aprendendo a só ser
Um Humano Ser Humano.

Publicado no e-zine 16 do Bar do Escritor

Nenhum comentário:

 
web stats hits
web stats hits