gosto de pensar no seu sorriso
com a alma e o espírito
abertos para a lembrança
do nosso amor
de infinitas mil multiplicidades
ele nem sempre foi
o mesmo
(que bom!)
nem ele nem ele aliás
nem o seu sorriso nem o nosso amor
ele e ele foram vários
como várias foram as dores
que cada um aplacou
com sua alegria
que têm causa
em você em você
em você em mim
em você em nós
todas as causas do nosso
amor estão no nosso
amor e isso é uma força
temos dores externas ao nosso amor
e também a ele internas
mas vamos como sempre
fomos amando e sorrindo
enquanto choramos e nos consolamos
até...
a dor parar
de doer porque nos modificou
o nosso amor
que se modificou todo com tudo
6.10.13
vamos como sempre fomos
Postado por Unknown às 5:06 AM 0 comentários
Marcadores: a musa, casal, companheirismo, coragem, dor
11.7.13
Olho do furacão
olhei pro meu umbigo
e vi o que havia lá
um buraco vazio profundo
razão de querer quase tudo
de não me contentar comigo
de gritar ao invés de ser mudo
de não me satisfazer com o nada
de querer algo muto mais valioso que qualquer coisa prada
como fazer-te sorrir
Postado por Unknown às 11:23 PM 0 comentários
8.12.12
psicografia de um poema de amor
queria tanto não querer
que de tanto querer não querer
consegui não querer tudo que queria, exceto querer não querer
em 2 meses morreria de fome
em 5 dias morreria de sede
mas, antes, em 1 segundo, morri sem você
Postado por Unknown às 11:37 AM 0 comentários
22.9.12
O tempo dos odiosos amores
Quero gritar
Bradar que odeio quem eu amo
Mas há homens dormitando por todo o lado
Sonham esses homens que amam quem eles amam
E vão assim sonolentos dos ônibus aos matadouros do tempo
Pedem a eles somente duas coisas: que produzam bens e bem
e que consumam irrefreadamente
pelo tempo todo em que poderiam de fato viver
vou sendo esfolado
arrastado para o matadouro do tempo pelos meus odiosos amores
com quem queria estar enlaçado por todo o tempo em que eu pudesse de fato viver
e que queria fosse todo o tempo do mundo
Postado por Unknown às 4:56 PM 0 comentários
21.5.12
O tempo todo é um tempo nenhum
corremos e queremos
desacelerar
atrasados, queremos
correr
queremos todo o tempo
e tempo não temos nenhum
mas esse todo tempo que queremos
o que será?
será tempo de viver mais
o tempo do encontro marcado
às 27h da manhã?
e se antes, ainda pela manhã, tivermos tido
todo o tempo nenhum
morto que nos mata
com suas horas infinitas
de suor e sangue?
o que é esse tempo que queremos?
pra quê?
pra vivermos
precisamos de extensão?
Postado por Unknown às 11:08 PM 0 comentários