Ao velho que quero ser
Que de mim ficou
depois de todos esses anos
que estive vivo?
Uma ruína
que se foi arruinando
e que me foi constituindo
aos poucos.
Sulcos que me cortam a cara,
emoldurada em brancas nuvens de paz.
As memórias orgulhosas
de fatos obscuros
ou claros
como a memória que tenho.
O olhar profundo,
afundado em você,
que agora me olha.
Um olhar que desespera a morte,
que, certa, vai chegar.
e terá, mesmo vencedora,
cedo, cedo demais,
que me enfrentar.
Sonho esta ruína agora,
porque, hoje,
sou eu quem me desconstrói.
29.10.07
A Ruína
Postado por Unknown às 10:06 AM
Marcadores: auto-estima, auto-imagem, autocrítica, diferença, estética da alma, estética dos corpos, memórias, o Outro, tempo, trabalho psíquico, velhice, viver em sociedade
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